segunda-feira

sucesso
tit16
bis
[foto/arquivo] A mística começou com o azul à esquerda: Bis de chocolate, um ícone nacional

Acabamos de comer receber aqui na Redação do The Del Gatto Times nas Ilhas Virgens (enviado pelo nosso correspondente no Brasil) a melhor notícia dos últimos tempos: o lançamento do Bis morango. Todos no Brasil podem discordar sobre posições políticas, sobre times de futebol, sobre quais as mulheres/homens mais bonitas(os), sobre gostos de automóveis, sobre se devemos fuzilar os gritadores locutores das propagandas de varejo, sobre penteados, cervejas, sobre moda e até se vai fazer sol ou não. Mas não sobre o Bis: ele é uma das grandes unanimidades nacionais.
Mesmo apreciando chocolates renomados e com produção refinada e diversificada, como a Godiva, as lojinhas caprichadas da Hussel, a tradicionalíssima Lindt, a charmosa e caprichadíssima Ghirardelli de São Francisco (Califórnia), a deliciosa e brasileiríssima Kopenhagen (que agora têm mesinhas à européia para saborear um bom café) etc., as pessoas colocam o Bis no mesmo patamar de satisfação que os produtos destas empresas de tradição mundial. Mas porquê? Não é por ser feito artesanalmente, nem pela tradição, nem pela publicidade, nem pelo status ou pela griffe e muito menos pelo seu custo. É pelo atributo mais essencial de um alimento: o seu sabor. O Bis, comparado com os chocolates de renome, é como se fôsse o feijão com arroz. Ou seja, de vez em quando é bom apreciar um prato francês, mas o feijão com arroz é o sabor simples e delicioso do dia-a-dia que nunca cansa.
caixa_bis
[foto/Del Gatto] Mais um ícone no mercado: não só o novo sabor morango, como também a tradicional caixinha envolta em celofane é um ícone

Não sabemos qual é a fórmula do Bis e nem quem o inventou. Não sabemos se foi um produto desenvolvido cientificamente ou uma fórmula encontrada por acaso.
Mas o fato é que muitos tentam imitar este chocolate aparentemente simples, mas não conseguem. Até a conhecida empresa Nestlé tentou e não conseguiu: o seu chocolate “Sem parar” não se compara ao Bis: é sem graça.
O Bis está tão enraizado na cultura brasileira que, há alguns anos atrás quando algumas pessoas souberam que o Bis ia mudar o design de sua embalagem, ficaram apreensivas: seria como mudar o logotipo do Mc Donalds ou da Ford. Mas foi apenas um pequeno susto, já que se tratava de um re-styling (apenas um rejuvenescimento do logotipo). Mesmo preferindo o design clássico anterior, o essencial do design da embalagem de Bis permaneceu. E o da sua tradicional caixa também. Aliás, a caixa também faz parte da mística: tem gente que come primeiro a fileira de cima e depois a de baixo, outros comem de dois em dois e outros simplesmente esvaziam a caixinha sem olhar fileira alguma.
bis
[foto/Del Gatto] Bis morango: em se tratando de Bis, acabou-se o que era doce

Após alguns anos, tivemos outro sobresalto: soubemos que iriam lançar Bis de outros sabores. Será que os outros sabores conseguiriam chegar aos pés do Bis tradicional? Em geral este tipo de coisa não dá muito certo. O bombom Ouro Branco nunca chegou aos pés do Sonho de Valsa. E o Sonho de Valsa “Mais” (em tabletes) tem gosto de isopor recoberto com chocolate seco.
Mas, no Bis deu certo: o Bis Branco tem uma personalidade própria. Já o Bis de Laranja pareceu ser uma idéia completamente descabida. Laranja? Mas o que isso tem a ver com o Bis? Parece uma extensão de linha oportunista, e quem sabe até empanasse a imagem do Bis tradicional. Mas a realidade é que eles acertaram mais uma vez: o Bis laranja não é para ser saboreado frequentemente como o Bis tradicional, mas tem um sabor que poderia ser definido como um delicioso “je ne sais quoi”.
bis_light
[adaptação/editoria de arte] Bis Light: idéia e embalagem inéditas concebidas pelo jornal The Del Gatto Times

E agora surge o Bis morango, a melhor coisa que aconteceu no Brasil nos últimos tempos. E a verdade é que novamente deu certo: delicioso, levemente azedinho e com um aroma perfumado de morango.
Na realidade, o Bis é um ícone. Algo como a fórmula da Coca Cola brasileira. Mesmo que agora pertença à Kraft Foods, o Bis é um patrimônio brasileiro que têm como guardiães do seu sabor todas as gerações de brasileiros. Mas um chocolate ser um patrimônio nacional? Parece bobagem? Mas o que dizer então da Suiça, com seus chocolates e canivetinhos?
Só falta agora lançar o Bis Light. E em uma iniciativa pioneira, O The Del Gatto Times já desenvolveu até a embalagem (ver ilustração acima). E por esta idéia pede apenas uma coisa: nas propagandas, coloquem mulheres como o Bis, deliciosamente simples.
Del Gatto - Editor-Executivo

aviso_mail

domingo

ti15
“Sorria, você está sendo filmado”. Esta é uma das frases mais cínicas dos últimos tempos. Passamos por ela quase todos os dias e nem nos damos conta. A frase original era "Sorria, você está no cinema". Esta frase era usada numa
alusão aos filmes americanos, a cada vez que um leigo era filmado na TV.

smiley
[ilustração/editoria de arte] Este é um dos adesivos mais cínicos que você pode encontrar. Pior que isso: ele está onde você gasta o seu dinheiro

Então, um dia a vida das pessoas começou a ficar cheia de câmeras por todos os lados: bancos, supermercados, lojas e até casas para pegar as babás em flagrante, seja com o bebê ou com o papá. O ápice das câmeras chegou com o bigbróder, um programa em que pessoas insípidas são alçadas ao mundo da "celebridade" por mostrarem como são insípidas.
Mas voltando ao tema, alguém, preocupado em colocar uma câmera em sua loja para proteger seu patrimônio (nada mais justo) e ao mesmo tempo avisar a clientela que a loja era vigiada por vídeo, colocou avisos do tipo: "Esta loja tem um circuito fechado de TV", ou "Atenção: câmeras monitorando a loja". Porque, mais eficiente que a câmera é o aviso avisando da câmera: é ele que faz a pessoa saber que há alguém vigiando.
Mas alguém, não contente com este aviso inventou o tal aviso cínico: “Sorria, você está sendo filmado”. Com ele, a pessoa, além de se sentir vigiada, não se sente mais à vontade penteando o cabelo, discutindo com o marido ou tendo um tique nervoso. Isso porque a tal plaquinha diz, indiretamente e sorrindo cinicamente, que alguém em alguma sala privê da loja está nos observando e rindo do nosso comportamento na telinha. E como se não bastasse ler esta frase cretina, ainda temos que obedecê-la e sorrir, porque segundo ela "estamos no cinema".
Assim, o consumidor é tratado de "ator" (que por ventura poderá fazer o papel de ladrão). Ou seja, o consumidor, além de gastar o seu dinheiro nas tais lojas que têm este adesivo, ainda têm que rir da frase cínica (segundo consta no adesivo).
smiley_maltratado
[ilustração/editoria de arte] Este deveria ser o adesivo verdadeiro, no fundo é isso o que eles querem dizer com a frase do adesivo acima

E o mais triste de tudo é utilizarem o “Smiley” (é o nome da carinha sorrindo) para ilustrar tal frase, um ícone que transmite alegria e que foi inventado para representar exatamente o contrário do que diz na tal plaquinha: descontração, liberdade e alto-astral. Aliás, já é um absurdo uma plaquinha dizer que "devemos rir" em uma país em que é mundialmente conhecido pelo sorriso natural e espontâneo de seus habitantes.
Chega de ser maltratado onde gastamos o nosso dinheiro. Mas então o que temos que fazer para nos defender desta plaquinha cretina? Clamar pelos seus direitos? Não. Solicitar para retirar a tal plaquinha? Claro que não. O que temos que fazer (como muita gente que conheço faz, e eu também faço) é atender o pedido da plaquinha: sorrir.
Comece a sorrir e acenar para câmera. No começo será um pouco difícil, mas com o tempo você vai ver que
irá se soltando. Até começar a fazer tchau para a câmera, mandar beijos, fazer caretas divertidas, etc. Peça também para os seus familiares, namorado e amigos fazerem o mesmo. E nesse instante, quando você começar a pensar que deve parar, não pare: pense que do outro lado da câmera está uma pessoa, e ela sim está constrangida, e não você, como eles queriam. Desobediência civil é isso: Sorria, acene, dance, aponte o dedo, e se for criança vale até mostrar a língua, porque “Sorria, você está sendo filmado". Foram eles que pediram isso, lembra-se?
Maya J. Times - Diretora Editorial

aviso_mail

© Copyright The Del Gatto Times. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do jornal. O conteúdo do jornal não deve ser levado tão à sério, de forma pessoal, nem factualmente. Caso queira publicar as matérias escreva antes para, thedelgattotimes@yahoo.com